
Quando você apareceu, pensei: vai bagunçar a minha vida. Enganei-me. Ela já estava bagunçada. Você, de quem eu não sei quase nada, é luz. Está conseguindo se colocar em meus pensamentos; antes, exclusividade de uma só pessoa. Ter a sua companhia faz com que eu perceba como é bom ver a multiplicidade de seres que podem e devem dar colorido a existência de uma pessoa. Que bom que você chegou, Seu Maluco! Não queira ser exclusividade. Permita que eu me ausente, que eu suma, que eu volte. De você, nada será cobrado, já que não me deves coisa alguma. Eu devo a ti o aprendizado de saber viver mais livre, mais leve. Você nem imagina o bem que me fez(faz). Se eu nunca mais voltar a te ver, lembre-se que foi você quem me devolveu essa aparente liberdade. Livre, livre, livre, posso amar a quem eu quiser. Não me deixarei prender, jamais. Confesso, porém, que estou apegada a ti. Gosto dessa nova maneira de sentir falta de alguém, pois não me machuca. É de uma suavidade espantosa. Cuide para que eu continue assim, pois não quero te perder e nem perder a mim pelo excesso de gostar.
Rita Escórcio