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CONTO DE FADA COM NOVA ROUPAGEM

Foto do escritor: Rita EscórcioRita Escórcio

Atualizado: 21 de set. de 2024


Para Ededé

Nada de "Era uma vez..." É agora. O local era e é uma floresta. Talvez encantada, talvez não. Vai depender do que você, leitor(a), acreditar. Os personagens nunca se viram. Estão ali por pura diversão. Não se sabe muito bem quem resolveu se achegar a quem. De repente, duas pessoas conversam sobre amenidades. Ela e Ele querem saber apenas um do outro: onde moram, em que trabalham, o que fazem ali, quanto tempo irão demorar por estas paragens etc. Mais pessoas circulam pelo local. Ninguém se atenta para o que o casal faz. É como se os dois estivessem sozinhos. Os olhos dele dançam, dançam. Ela lhe faz perguntas bobas que poderiam ser evitadas se ela observasse atentamente o ambiente. Breve história de tão longo momento. Os dois tiveram que se separar sem sequer saber seus nomes. Percorrida uma boa distância, Ele sentiu mais necessidade dEla. Tinha que vê-la mais vez. O mocinho dessa história montou em seu cavalo motorizado e saiu estrada afora atrás da donzela.

Ao alcançá-la, disse que o caminho que Ela deveria seguir não era aquele e sim na direção contrária. Sabe aquele momento em que você fica mais abobalhado do que de costume? Esse momento chegou. Atônita, a moça não sabia o que responder. Quem a acompanhava fez a justificativa. O moço pediu, então, permissão para voltar a falar com Ela. Permissão consentida. A partir daí, todos os momentos eram de espera para falar com Ele. Ele era de ter atitudes; ela, medo e devaneios. Tanto insistiu em vê-la novamente que voltaram a se ver. A insônia fez com que Ele se atrasasse. Para quem nunca tivera coragem de ousar, ali estava Ela para ver um príncipe que até apelido carinhoso tinha. Nas horas em que estiveram juntos, Ela falava, falava, falava. Os olhos dele dançavam, dançavam… Como foi diferente de tudo o que Ela já vivera…ver, agora, aqueles olhos que dançavam. Ela não tinha pressa. Ele queria voar. O tempo se encarregou de dar uma segunda oportunidade a eles, mas o medo fez com que Ela não se atrevesse a voltar a ver os olhos dele dançarem.

– Moço, seus olhos têm feitiço. Voe, em seu cavalo motorizado para bem longe daqui.

A mocinha já viveu esta aventura. Ela não saberia terminar uma história sabendo, de antemão, que isso poderia lhe fazer feliz, muito feliz.

*Qualquer semelhança com fatos e/ou pessoas terá sido mera coincidência (ou não).


Rita Escórcio

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